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Real digital: saiba o que esperar da moeda digital brasileira

Escrito por Redação Bankly | 09/06/2022 15:00:00

Real digital:

A adoção de uma moeda digital pode trazer uma nova gama de possibilidades para os participantes do sistema financeiro, que vai muito além das instituições tradicionais. Este é o caso do real digital, CDBC (Central Bankly Digital Currency, na sigla em inglês) que está sendo desenvolvida pelo Banco Central do Brasil e tem como previsão para o lançamento do projeto piloto o fim do próximo semestre.

Além de reforçar a tendência de digitalização do mercado financeiro, as moedas digitais têm rastreabilidade por meio do uso de tecnologia blockchain – o que traz mais transparência para o caminho do dinheiro em transações internacionais, por exemplo –, além de garantir mais liberdade financeira aos usuários, rapidez e segurança nas transações.

Países como EUA, China, Índia, Rússia, Reino Unido e Venezuela discutem a criação de suas CBDCs, mas no momento a China é o país com o desenvolvimento mais avançado, com o iuan digital. Por lá, mais de 20 milhões de cidadãos já possuem carteiras digitais emitidas pelo Banco Popular da China e podem realizar transações com a moeda, que utiliza uma rede blockchain gerenciada pelo próprio governo. Apenas no segundo semestre de 2021, a moeda foi utilizada em transações que somam mais de U$8 bilhões.

Na prática, a moeda digital brasileira não deve necessariamente impactar hábitos de consumo, mas com certeza a forma de pagamento, já que trará novas possibilidades dos usuários fazerem compras online, transferências entre contas digitais, pagarem contas de serviços como streamings, por exemplo.

Assim como outras inovações do Bacen, como o PIX, o Real Digital tem como objetivo facilitar a vida da população e trazer eficiência operacional para todo o ecossistema financeiro e um dos principais diferenciais é a segurança.

 

Mas afinal, o real digital é seguro ?

A moeda digital brasileira está sendo criada com tecnologia blockchain, que garante a rastreabilidade de cada unidade da moeda e isso a torna muito mais segura quando falamos em crimes financeiros e fiscais. Com o dinheiro em espécie, esse rastreamento é muito mais difícil, já que o papel-moeda pode ir passando de mão em mão e pode ser transferido com facilidade até para outros países, perdendo assim sua rastreabilidade e podendo ser utilizado para transações fraudulentas ou criminosas.

 

Quais são os próximos passos para o lançamento do real digital ?

Atualmente, a moeda está em fase de testes do programa do Banco Central e da Federação Nacional dos Servidores do BC, que é focada em finanças descentralizadas. Os nove projetos selecionados incluem operações de entrega e pagamentos imediatos (Delivery versus Payment, DvP), além de troca de pagamentos imediatos (Payment versus Payment, PvP). De acordo com o cronograma do BC, estes testes devem acontecer até 29 de julho. Porém, após o fim desta fase, ainda não teremos uma moeda digital brasileira, pois o objetivo é definir qual tecnologia será utilizada. Este período de testes é essencial para entender a viabilidade das aplicações dos projetos, dificuldades, além mostrar se haverá necessidade de realizar alterações no marco regulatório.

No Bankly, temos acompanhado todas as discussões do Banco Central a respeito do tema, já que a inovação faz parte do dia a dia do nosso negócio. Por isso, estamos atentos e animados com as possibilidades de produtos que podem ser geradas a partir do lançamento do real digital.